O que é a VPPB?

O que é a VPPB?


A Vertigem Posicional Paroxística Benigna (VPPB) ocorre quando pequenos cristais naturais do ouvido interno — os otólitos — migram para canais no labirinto onde não deveriam estar.

Esse deslocamento desorganiza a percepção de equilíbrio e desencadeia episódios de vertigem intensa que duram poucos segundos, apesar de parecerem uma eternidade na percepção de quem está em crise.


Por que a VPPB pode voltar?

É muito comum ouvir no consultório: “Doutor, fiz a manobra e melhorei… mas a tontura voltou. A VPPB volta sempre?” A resposta é objetiva e, ao mesmo tempo, tranquilizadora: sim, ela pode recorrer — e isso faz parte da história natural da doença, não significa que o tratamento falhou.
Estudos mostram que:
● Até 30% dos pacientes apresentam recorrência no primeiro ano.
● Entre 37% e 50% terão ao menos uma recorrência em até 5 anos.
● Pacientes com enxaqueca têm 2 a 3 vezes mais risco de recorrência.


Os principais fatores associados ao retorno dos sintomas são:

✔ Predisposição individual
Algumas pessoas têm otólitos mais “instáveis”, o que facilita novos episódios.
✔ Idade e sexo
A taxa anual de recorrência aumenta progressivamente após os 50 anos, assim como também é mais frequente nas mulheres.
✔ Doenças associadas
Enxaqueca vestibular, Doença de Menière, diabetes, alterações metabólicas, hipotireoidismo e outras condições do labirinto elevam o risco.
✔ Estilo de vida
Sono irregular, estresse crônico e longos períodos de sedentarismo podem favorecer o deslocamento dos cristais. Um trauma ou batida na cabeça também é um fator de risco significativo para desencadear o problema.


Como tratar a VPPB

A melhor notícia é simples: a VPPB tem cura quando tratada de forma correta e precisa. Na maioria dos casos, não é necessário tomar medicamentos. O tratamento é realizado com manobras de reposicionamento, que devolvem os cristais ao lugar certo. Entre as mais utilizadas estão:
● Manobra de Epley
● Manobra de Semont
● Manobra de Lempert (Barbecue Maneuver)
Quando executadas por um especialista, essas técnicas apresentam:
● Taxas de sucesso de 80–90% já na primeira sessão
● Eficácia cumulativa acima de 95% após algumas sessões

Além das manobras, podem ser recomendados:
● Investigação dos fatores de risco
● Ajustes de sono, atividade física e controle de ansiedade
● Acompanhamento regular, especialmente para quem tem episódios recorrentes ou doenças associadas


Quando procurar um especialista
Se você sofre com crises repetidas de tontura ou suspeita de VPPB, o ideal é passar por uma avaliação completa com um otoneurologista.


Conclusão
A VPPB pode até voltar — mas tem tratamento seguro, rápido e altamente eficaz. Com as manobras certas, acompanhamento e atenção aos fatores que favorecem a recorrência, é possível retomar a estabilidade e a qualidade de vida.


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Referências (em inglês)

  1. von Brevern M, et al. “Benign Paroxysmal Positional Vertigo: Diagnostic Criteria, Epidemiology and Treatment.” The Lancet Neurology, 2015.
  2. Kim JS, Zee DS. “Benign Paroxysmal Positional Vertigo.” New England Journal of Medicine, 2014.
  3. Bhattacharyya N, et al. “Clinical Practice Guideline: Benign Paroxysmal Positional Vertigo (Update).” Otolaryngology–Head and Neck Surgery, 2017.